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Introdução ao LVM

É muito comum encontrar inúmeras dúvidas na internet quando trata-se de redimensionamento de partição, principalmente por parte do pessoal que está começando a trabalhar com Linux. Geralmente, durante a instalação do sistema operacional, muitos não sabem quanto de espaço alocar em cada partição. Muitas vezes, delimitam um espaço aparentemente suficiente para determinado diretório, mas que acaba não suportando a quantidade de arquivos, como é comum acontecer com o diretório /var.

O diretório /var é o local onde ficam os arquivos de log, cache, entre outros. Quando esta partição fica cheia, o sistema pode apresentar lentidão e constantes mensagens de aviso. Surge, então, a dúvida: como resolver esse problema? Limpar o cache? Formatar? Utilizar uma ferramenta para redimensionar o disco?

Neste tutorial, abordaremos o uso do LVM (Logical Volume Manager), uma ferramenta poderosa e bastante utilizada por administradores de sistemas Linux.

Nota: Por segurança, é comum alocar diretórios importantes em partições separadas. Assim, caso o sistema seja corrompido, pode-se restaurar ou formatar apenas a partição afetada, reduzindo o risco de perda total de dados.

Vantagens e Desvantagens do LVM

Vantagens

  • Facilita o redimensionamento de partições/filesystems.
  • Permite adicionar discos e redimensionar de forma transparente para o sistema.
  • Não exige desmontar partições para redimensionamento.
  • Suporte a snapshots para backup automático.

Desvantagens

  • Se um dos discos que compõem o grupo falhar, pode ocorrer perda de dados.
  • Faça backups, independentemente do tipo de particionamento utilizado.

Conceitos Fundamentais

O LVM organiza o armazenamento em três camadas principais:

  • PV (Physical Volume): Partição ou disco inteiro.
  • VG (Volume Group): Agrupamento de PVs.
  • LV (Logical Volume): Partição lógica criada dentro de um VG.

Com essa estrutura, é possível criar, redimensionar e mover volumes de maneira muito mais flexível.

Instalação

Distribuições como Fedora já utilizam LVM por padrão. Outras, como o Ubuntu, exigem configuração manual.

Dica: se for utilizar LVM durante a instalação, separe a partição /boot, pois o gerenciador de boot pode não conseguir acessá-la se estiver dentro de um grupo LVM.

Exemplificando

Cenário sem LVM

/home  -> 8.5 GB
/var -> 2.5 GB
/usr -> 6.0 GB
swap -> 2.0 GB

Caso /home fique cheio, as opções são:

  1. Backup, redimensionamento e restauração.
  2. GParted (com os riscos de corromper outras partições).

Com LVM

É possível mover dados entre volumes, redimensionar e adicionar novos discos, com flexibilidade.

Mão na Massa

Criando partições LVM

Exemplo:

/dev/sdb1  -> 8 GB  (tipo 8e - Linux LVM)
/dev/sdc1 -> 8 GB (tipo 8e - Linux LVM)

Criando volumes físicos

pvcreate /dev/sdb1 /dev/sdc1
pvdisplay

Criando grupo de volumes

vgcreate grupo-disco /dev/sdb1 /dev/sdc1
vgdisplay

Criando volumes lógicos

lvcreate -L 6G -n disco-bkp grupo-disco
lvcreate -L 6G -n disco-var grupo-disco

Formatando e configurando fstab

mkfs.ext4 /dev/grupo-disco/disco-bkp
mkfs.ext4 /dev/grupo-disco/disco-var

echo "/dev/mapper/grupo--disco-disco--bkp /home/bkp auto defaults 0 2" >> /etc/fstab
echo "/dev/mapper/grupo--disco-disco--var /var/log auto defaults 0 2" >> /etc/fstab

mount -av

Pronto! Agora você já pode usar LVM para gerenciar seus discos com muito mais flexibilidade e segurança.